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MINAS GERAIS: Zema afirma que a Inconfidência foi tentativa de golpe contra a Coroa Portuguesa

 

Artigo da Liga Socialista


O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, além de atacar os trabalhadores e destruir seus sindicatos como faz com os professores e metroviários, liberar regiões de matas e montanhas para a mineração, agora inicia também um ataque ideológico contra a história de Minas e do Brasil.

Exatamente no “Dia de Tiradentes”, 21 de abril, o governo Zema além de premiar Sérgio Moro e Michel Temer com a Medalha da Inconfidência, teve a ousadia de afirmar que
“Temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus atos. O único a fazê-lo foi Joaquim José da Silva Xavier, que tornou-se o Mártir Tiradentes ao receber a pena mais dura, em 21 de abril de 1792” [Grifo nosso]. (fonte: Veja)

Trata-se de uma excrecência que não deve ser tratada como um equívoco de um governador com falta de conhecimentos de história. Podemos dizer que não foi por desconhecimento da Inconfidência Mineira que ele e sua equipe colocaram os Inconfidentes na situação de golpistas. Sua fala acontece justamente no momento em que tentamos superar o golpe de 2016 que derrubou Dilma e que passamos por situações que nos levam ao receio de novo golpe.

Devemos prestar atenção também que ele homenageou justamente dois golpistas com a Medalha da Inconfidência, dois traidores que tiveram participação crucial no golpe de 2016.

Mas, afinal, o que Zema pretende com isso?

Temos algumas respostas possíveis para isso, mas infelizmente não temos “bola de cristal”.

Zema pode estar tentando criar uma “cortina de fumaça” para embaçar o reajuste do próprio salário de 300%; ou embaçar os ataques de seu governo contra servidores e a destruição de seus sindicatos; a destruição da educação pública; ou, tirar o foco da destruição de serras e matas que são entregues às mineradoras e a privatização de empresas públicas como a CEMIG, COPASA, CEASA e o próprio Metrô de Belo Horizonte.

Pode também, estar tentando inverter papéis, levando ao imaginário que golpistas de hoje podem ser possíveis heróis de amanhã. Nesse caso ele já deve estar se colocando nesse papel, pois como sabemos, foi eleito e reeleito governador de Minas na onda do bolsonarismo e seu governo expressa exatamente isso, um governo de destruição completa do Estado, com propaganda de progresso, “enxugamento e moralização da máquina pública”.

Nesse último caso, Zema está se alçando como o sucessor de Bolsonaro, mostrando ao capital, à burguesia tupiniquim e ao imperialismo, que ele seria o nome certo para ocupar a presidência do país, mesmo que seja através de um golpe.

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