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Editorial do FT34: com Lula, contra Bolsonaro! Para além de lula, contra a frente ampla com o empresariado golpista!


Vivemos um período de crescente desigualdade social. Quem não vê isso? 

Por um lado, para milhões muita fome, miséria, desemprego, pandemias, falta de moradia, destruição do sistema público de saúde, sucateamento da educação pública. Por outro lado, para uma minoria muitas riquezas, novos milionários, luxo, ostentação.

A consequência disso é revolta, indignação e resistência. Como resposta as classes dominantes reprimem, torturam, assassinam e humilham a população pobre e trabalhadora. 

De maneira distorcida, as eleições burguesas de 2022 expressam essa situação na polarização política nas candidaturas presidenciais de Lula e Bolsonaro. 

Lula é produto das lutas da reorganização do movimento operário-popular que derrotou a ditadura militar (1964-1985). Lula representa a esquerda reformista ou moderada com profundas raízes nos funcionários públicos, trabalhadores assalariados, camponeses e pobres. Lula se sustenta numa vanguarda organizada na CUT, no MST e em vários movimentos populares. A candidatura de Lula é apoiada por milhões que esperam mudanças profundas no Brasil.

Já Bolsonaro é um fascista que procura destruir as organizações do movimento operário-popular para estabelecer uma ditadura policial no Brasil. Bolsonaro pretende destruir o que resta das conquistas democráticas, sociais e econômicas do povo brasileiro. Bolsonaro se sustenta nos movimentos reacionários da pequena burguesia, nas milícias, no empresariado ávido por mais lucros e no imperialismo que pretende saquear mais as riquezas do Brasil.

Nesse quadro da luta de classes, a Liga Comunista vota incondicionalmente em Lula e faz campanha para sua eleição. Não impomos condições para esse apoio, mas participamos da luta eleitoral com um programa de mobilização classista pelas reivindicações mais necessárias para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

 Partimos de uma verdade elementar: são as massas organizadas de milhões que farão as transformações que o Brasil precisa. Por isso, estamos com os milhões que votarão em Lula, acompanhado sua evolução política.

Daí ser um erro sectário defender o voto nulo como se fosse algo revolucionário. Na atual conjuntura, não passa de uma participação marginal no processo eleitoral típica de grupos sem diálogo com as massas, núcleos marginais de intelectuais acadêmicos e focos anarquistas sem peso social. Também, são um erro sectário as candidaturas do PSTU, PCB e UP, que não conseguem nem constituir uma frente única eleitoral, sendo invisíveis para a classe.

No entanto, votar em Lula não significa capitular à estratégia reformista de frente ampla com o empresariado golpista e o imperialismo. Esses setores jamais aceitarão medidas como reforma agrária, soberania nacional, reestatização, congelamento de preços e aluguéis, fortalecimento da saúde e educação públicas, revogação dos tetos de gastos, estatização do sistema financeiro, por exemplo. 

Os comunistas participam da luta eleitoral enquanto as massas não tiverem consciência e organização suficiente para construir seus próprios organismos de poder capazes de superar o Estado burguês por meio da Revolução socialista. Na atual conjuntura a Liga Comunista apoia candidaturas para deputado estadual/federal em São Paulo, Pernambuco, Paraná e Ceará com o objetivo de fortalecer a frente única contra a burguesia e o imperialismo. É uma maneira de dialogar com os setores mais politizados de nossa classe. Infelizmente, nos estados do Pará e do Espírito Santo não encontramos candidaturas classistas para apoiar, pois ideologias reformistas direitistas e identitaristas hegemonizaram as opções eleitorais do movimento operário-popular. 

Por isso, a Liga Comunista trava uma luta de classes, com outras correntes e setores, no seio da candidatura Lula. Só a mobilização de amplos setores da população por seus direitos garantirá a vitória de Lula, sua posse e seu governo. Não pode haver conciliação entre trabalho e capital, entre trabalhador rural e latifúndio, entre o Brasil e o imperialismo.

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