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Greve no INSS: servidores resistem ao desmonte da Previdência Social


Raimundo Dias

Desde o golpe de 2016, o governo brasileiro iniciou uma verdadeira cruzada com o objetivo de promover o desmonte do Sistema de Seguridade Social, o qual é destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social aos brasileiros, conforme os dizeres da própria Constituição Federal.

Na Seguridade Social a Previdência Pública é o setor que vem sendo mais duramente golpeado, tendo os ataques à aposentadoria e pensões se iniciado na gestão do golpista Michel e Temer e se estendido até o mandato do aspirante a golpista Jair Messias.
Já na época no governo Temer, foi a aprovada a Emenda Constitucional nº 95/2016, conhecida como PEC dos gastos públicos, que limitou a realização de novos concursos pelo período de 20 anos. Como consequência dessa medida, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apenas de 2016 para cá perdeu 30% de sua força de trabalho, ou o equivalente a 10 mil funcionários, o que levou o órgão ao colapso, sobrecarregando os 23 mil funcionários ativos e tendo como consequência o acúmulo de 2 milhões de pedidos de benefícios aguardando análise.

Para fazer frente a essa situação, o governo Bolsonaro fez o que todo governo de direita faz, descarregar sobre os ombros dos trabalhadores o ônus da crise. Nessa esteira, terceirizou o atendimento do INSS às empresas, profissionais liberais e os próprios segurados, através do INSS Digital, aumentou a carga horária dos servidores de 06 horas diárias corridas, para 08 horas diárias e instituiu um programa de metas vinculado a programas de gestão para que o trabalho fosse realizado através de home office, o que na prática instituiu os sábados, domingos e feriados como dias úteis de trabalho, já que o que importa é o cumprimento da meta mensal.
 
Além das condições de trabalho, os servidores do INSS amargam mais de 05 anos sem qualquer reajuste salarial, o que se traduziu na corrosão do poder de compra de seus salários em quase 20% apenas no atual Governo.

Não mais suportando as condições de trabalho a que estão submetidos, assim como a desvalorização de suas carreiras, os sindicatos dos servidores do INSS, filiados à Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), iniciaram, desde o final do mês de março deste ano, um movimento grevista com ampla adesão nacional, que culminou com a ocupação do escritório da Superintendência Sudeste do INSS, localizado na cidade de São Paulo, que teve como resultado a sinalização pelo Governo na possibilidade de concessão de reajuste salarial para o conjunto do funcionalismo federal no percentual de 5%.

Todavia, a dada a natureza de classe do atual governo, que governa integralmente em defesa dos interesses das classes dominantes, assim como sua postura autoritária e truculenta, típica de governos protofascistas, não há qualquer ilusão de que o movimento tenha alcançado qualquer vitória, devendo ser continuado e fortalecido nos próximos dias, até a conquista de todas suas reinvindicações.

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