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A economia do Brasil vai mal, mas os lucros dos capitalistas seguem crescendo às custas dos trabalhadores




O gráfico acima foi elaborado por Eduardo Costa Pinto, professor de Economia da UFRJ. Segundo ele, a massa de lucros das 219 empresas de capital aberto do Brasil, em 2021, foi de R$ 412 bilhões, metade do que receberam todos os 88 milhões de trabalhadores ocupados no mesmo ano.


Além desse punhado de empresas, que pertencem a poucas famílias de capitalistas, terem seus lucros disparados, sobretudo durante a Pandemia, como demonstra a linha preta do gráfico acima, muito mais do que dezenas de milhões de trabalhadores, superando percentualmente a massa de rendimento dos trabalhadores ocupados (linha verde) chama muito a atenção que esse lucro todo foi obtido depois de 2016, mesmo com o baixo crescimento do PIB.

Eduardo Costa Pinto acredita que isso se deve a 3 motivos: 1) a redução do valor pago aos trabalhadores, graças a reforma trabalhista; 2) a concentração de de capitais, com as grandes empresas engolindo as médias e pequenas; 3) a elevação dos preços dos alimentos, gás, combustíveis e outros minérios. Como ele próprio explica abaixo:

"Essa recuperação da taxa e da massa de lucros da mega burguesia, desde 2016, pode ser explicada por três principais fatores:

1) redução dos custo da força de trabalho em virtude da reforma trabalhista e do baixo crescimento;

2) processo de concentração e centralização com grandes empresas engolindo pequenas e médias e processo de fusão e aquisição. Com isso, as receitas das grandes empresas cresceram acima do crescimento do setor; e

3) elevação dos preços das commodites.

Esse processo de concentração e centralização está ocorrendo fortemente no setor de serviços, mais espeficiamente no varejo e serviços médicos em geral. Isso implica no aumento do poder do capital comercial, com elevação do poder do agro e manutenção do poder das finanças.

Estamos vivendo uma reconfiguração no bloco do poder do capitalismo brasileiro com a perda da importância da indústria de transformação. A grande que sobreviveu está ganhando muito (via aumento da exploração - mais valia absoluta na veia), mas reduziu o seu poder de atuação.

E agora vem um parte das conclusões de Eduardo Costa Pinto que corrobora com que dizemos, que o Golpe de Estado de 2016 e o golpe eleitoral de 2018 deram início a um novo ciclo de acumulação de capitais no país: 

Desde 2016, com o golpe e a crise das instituições, a burguesia brasileira está realizando um butim. Para isso fez necessário mudar o padrão de acumulação brasileiro, destruindo a CF de 1988 e as capacidades governamentais (com as privatizações).

O "andar de cima" buscará manter o padrão atual (que gera enormes lucros e novos espaços de acum.), lutando para manter a ref. trabalhista, a política da Petrobras, o teto dos gastos e todas as outras medidas. É a luta pela apropriação da renda, uma das dimensões da luta de classes!"

Isso também explica, e agora são conclusões políticas nossas, que o "andar de cima" bilionário tentará manter o padrão através da reeleição de Bolsonaro, afinal "time que está ganhando não se muda". Mas se por algum motivo isso não for possível por tentativas de golpes, antes, durante e depois das eleições, recorrendo a toda uma caixa de ferramentas da guerra da burguesia contra o proletariado, a candidatura Lula, tanto pela disposição conciliadora do PT, quanto pelo vice, Geraldo Alckmin, homem de confiança do grande capital e principal gestor do estado mais rico do país por quase duas décadas, inoculado na candidatura lulista, está aí para isso, para "manter o padrão atual de acumulação, a reforma trabalhista, a política da Petrobras, o teto dos gastos e todas as outras medidas".


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