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ARGENTINA: Acordo com o FMI: Novos ataques aos trabalhadores

Christian Romero, TMB



No Senado, o acordo com o FMI virou lei. Cristina Fernández de Kirchner não estava na votação – sendo a Presidente do Senado, cargo que a Constituição confere ao Vice-Presidente – e 15 dos 35 senadores do Senado O FDT oficial (de um total de 72 senadores que compõem o próprio Senado) não apoiou o acordo. Em deputados na época Trinta e cinco deputados da Frente de Todos que se abstiveram ou votaram contra o acordo com o FMI, entre eles o ex-chefe do bloco Máximo Kirchner. Acrescente-se que nos deputados, 96% dos legisladores do Juntos votaram a favor do acordo com o FMI.

Na época, a negociação da ala massista - pró-americana - do FDT fazia parte do esquema que incluía os votos do JxC - coalizão que levou Macri à presidência e deu origem ao superendividamento - a favor do acordo com o FMI.

Assim como nos deputados, a maioria dos senadores do "Juntos pela mudança" votou a favor do acordo com o FMI com 32 votos a favor.

No Senado houve 13 votos negativos, incluindo os senadores kirchneristas de "La Campora" e o senador da província de San Luis Adolfo Rodríguez Saa. Esses setores políticos se opuseram ao acordo com o fundo para se preservar politicamente dos custos políticos que o ajuste implicado pelo mesmo acordo com o FMI conteria.

O acordo é um refinanciamento da dívida de 44.700 milhões de dólares que o governo Macri tomou e que basicamente foi para garantir a fuga de capitais, em uma dívida que não passou pelo Congresso, é com esse pano de fundo que o governo de Alberto Fernández assumiu a dívida com o FMI sem investigá-lo ou auditá-lo. Por sua vez, a dívida total que Macri assumiu foi de 100.000 milhões de dólares.

O acordo com o FMI exige um ajuste importante, por exemplo, exige um aumento nas tarifas de energia elétrica de 60%, eles afirmaram que para toda a população de média e baixa renda seria menor, mas deixaram a porta aberta para um percentual mais alto baseado no aumento de salários que obviamente crescerá nominalmente devido à inflação, embora a própria inflação erode os salários reais. O acordo com o FMI também inclui um aumento das taxas de juros que vai dar uma reviravolta na escravidão por dívidas que boa parte dos trabalhadores tem, além de apontar tendências recessivas.

É tarefa dos trabalhadores organizar-se de forma independente para responder aos futuros ataques que o acordo com o FMI implicará contra as condições de vida dos próprios trabalhadores sem colocar expectativas de que essa resposta possa vir de setores políticos ou econômicos da classe dominante.

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