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Chile: esquerda identitária e pró-imperialista de Boric promove o renascimento do pinochetismo


TMB - Argentina

A oposição pinochetista ganhou as eleições para designar os redatores de um projeto de nova Constituição chilena.

O Partido Republicano, liderado pelo ex-candidato presidencial de extrema-direita, José Antonio Kast, ficou em primeiro lugar com 36% dos votos.

Uma coligação de partidos da direita tradicional, por sua vez, obteve 21,2%, enquanto o bloco de partidos de centro-esquerda no governo de Gabriel Boric obteve 28,2% dos votos.

Isso demonstra o rápido desgaste do governo Bóric e como ele abriu caminho para fortalecer a própria direita pinochetista

Como dissemos em fevereiro de 2022:

“A continuidade neoliberal foi assegurada no futuro governo de Bóric com a nomeação de Mario Marcel como ministro da Fazenda. Até agora, Marcel era presidente do Banco Central do Chile - um neoliberal "transversal" porque está ligado ao Partido Socialista - e que havia sido ratificado pelo próprio Piñera em 2016. A nomeação de Marcel como ministro da Fazenda é um sinal de Boric ao capital como forma de “tranquilizá-lo” de que o novo governo não passaria de uma variante “progressista” do neoliberalismo chileno.

Isso prepara uma profunda frustração nos trabalhadores que votaram em Boric, sendo um fermento para futuros avanços da direita na situação política no Chile. Algo parecido com o que aconteceu na Grécia pode se repetir, com o desastroso governo do Syriza, que traiu a população que votou nele e no referendo contra o neoliberalismo, para obedecer às determinações do Banco Central Europeu.” (Chile: A social-democracia pós-modernizada prepara novas derrotas para os trabalhadores)

As reivindicações de uma social-democracia pós-modernizada, representada por Boric, reivindicações de tipos de identidade baseados em sexo, orientação sexual, raça, etnia, etc ao não serem enquadrados no fator de classe, eles se tornam completamente impotentes para enfrentar os interesses econômicos e políticos moldados pelo neoliberalismo no Chile. Essa política aumenta a frustração dos trabalhadores e abre espaço para uma guinada à direita na sua consciência, que a direita converte em ressentimento reacionário.

É preciso dizer que no Chile a burguesia teve espaço suficiente para parlamentarizar a luta de classes e levá-la primeiro ao pântano e depois ao refluxo, o que foi favorecido por propostas de soluções pós-modernas como a chamada identidade que, ao não se inserir no fator classe, divide e desgasta os trabalhadores.



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