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Nenhuma tolerância com os golpistas!

Lula obteve mais de 60 milhões de votos. A maior votação de um presidente em toda a história do Brasil. Sua maior votação foi entre os setores mais explorados e oprimidos do país. A região Nordeste, com altos índices de miséria e desemprego, garantiu essa vitória histórica e, também, os centros industriais do país. As eleições expressaram distorcidamente a luta de classes no país, com o proletariado apoiando Lula, apesar da frente ampla, e a burguesia urbana e agrária, apoiando Bolsonaro.

Bolsonaro obteve quase 8 milhões de votos a mais do que 2018, demonstrando uma nacionalização e crescimento da força política da extrema direita. No entanto, em 2022 Bolsonaro perdeu votos nos três estados mais ricos e industrializados, São Paulo (-12,7%), Rio Janeiro (-11,5%) e Minas Gerais (-8,4%). Destacando que Bolsonaro perdeu a eleição em Minas Gerais. Isso significa um deslocamento à esquerda dos batalhões da classe trabalhadora.
 

A derrota de Bolsonaro foi uma vitória das classes trabalhadoras. Mesmo sob ameaças de demissão pelos patrões, com compras de votos, com os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a pressão de líderes religiosos, as massas elegeram Lula para defender seus direitos.

Agora, o bolsonarismo não está aceitando a derrota. Bolsonaro segue silencioso para a imprensa, mas freneticamente articulando com militares e outros segmentos reacionários que estão realizando ações de recusa da aceitação do resultado eleitoral como interdição de rodovias federais.

Na segunda feira, dia 31 de outubro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) publicou uma nota de repúdio aos protestos, classificando-os como "antidemocráticos":

"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva".

No dia 31, foram 338 pontos de obstrução em 23 estados e na capital do país. Trata-se principalmente de dois segmentos: um grupo diretamente mobilizado por donos das transportadoras (lockout patronal) e, outro grupo, uma corrente fascista entre os caminhoneiros. Além desses setores, alguns policiais e fazendeiros se incorporaram aos bloqueios que, apesar disso, refluiu nas últimas horas, sobretudo pela ação da população.

Na verdade, os bloqueios golpistas começaram no dia da votação do segundo turno das eleições, 30 de novembro. Foram iniciados pela própria Polícia Rodoviária Federal (PRF), que mobilizou cinco mil agentes para bloquear o trânsito de passageiros em regiões em que Lula ganhou no primeiro turno com mais de 70% dos votos. O gráfico mostra que locais onde a PRF dificultou o acesso de eleitores às urnas coincidem com regiões onde o ex-presidente teve mais votos.


 

Os bloqueios golpistas dos patrões, fazendeiros e policiais foram uma continuação dos bloqueios golpistas dos policiais do dia anterior. No entanto, na própria segunda-feira, a população trabalhadora, sobretudo o proletariado de bairros pobres e operários saídos do próprio local de trabalho começaram a varrer os golpistas das estradas. Em São Mateus (Espirito Santo), a população jogou pedras em caminhões para uma ambulância poder passar e, operários da construção naval em Angra dos Reis (Rio de Janeiro) armados com porretes expulsaram os golpistas da rodovia.


Durante as eleições o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assegurou em entrevista à imprensa que a ação da PRF era legítima e necessária. Os bloqueios das rodovias pelos golpistas em quase todos os estados do país duraram mais de 24 horas sem que o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) se posicionasse contra eles. Foi somente após a própria população trabalhadora começar a desobstruir as rodovias através da sua ação direta que a Suprema Corte (STF) se posicionou formalmente.

Diante disso, as centrais sindicais, os partidos de esquerda, as lideranças populares e os políticos progressistas devem ir além da política de simplesmente desprezar a ação golpista, acreditando que ela se desfaz sozinha. Também, não podem confiar que o judiciário irá assegurar a legalidade. Essas lideranças devem se somar, convocar e ajudar a organizar as iniciativas da população trabalhadoras para varrer das ruas os bandos bolsonaristas.

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