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A terceira guerra mundial e as tarefas do reagrupamento internacional



Humberto Rodrigues e Leon Carlos
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Ao completar 200 dias, a guerra na Ucrânia expressa a volta das grandes guerras de enfrentamento indireto entre grandes potências militares em guerra fria; a decadência crescente do imperialismo estadunidense e a onda planetária de protestos populares contra a inflação, desatada pela repercussão das sanções do Ocidente sobre a Rússia, mas sobretudo, uma inflação turbinada pela busca incessante do capital (que utiliza a guerra como álibi) para ampliar a taxa de exploração sobre trabalho, valorizando as mercadorias e desvalorizando os salários. Em alguns países, a luta contra a extorsão inflacionária, ou seja, a luta econômica de resistência popular contra os capitalistas, se combina objetiva e já subjetivamente com a luta antiimperialsita e internacionalista contra a OTAN.


O caráter da guerra

Na Ucrânia nós não defendemos a paz imposta pelo terror das bombas de Kiev sobre os povos oprimidos do Donbass. Nós não defendemos o fim das hostilidades sem a desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, repleta de mercenários fascistas, laboratórios de criminosas armas biológicas e armas da OTAN. Nós defendemos a guerra defensiva da Rússia e dos operários e soldados das repúblicas populares do Donbass contra a expansão da OTAN e contra as marionetes nazistas da OTAN. Para nós a Rússia é uma potência militar e energética mas não um país imperialista. Para os marxistas, o imperialismo é a política expansionista do capital financeiro, política que não é preponderante na relação da Rússia com os outros povos. A Rússia foi vítima dessa política, principalmente na década de 1990, durante a “terapia de choque” de privatizações e dilapidação das bases materiais da ex-URSS. Despois de então, sob o governo de Putin, Moscou vem tentando desvencilhar-se do expansionismo econômico e militar imperialistas, como se expressa no conflito atual, no campo militar e também na guerra contra as sanções.

Há seis meses a Rússia realiza uma guerra de libertação do povo russo da Ucrânia oriental, oprimido pelos nazistas armados pelo imperialismo. Essa iniciativa de Moscou só ocorreu após três décadas de expansão da OTAN rumo às suas fronteiras. Nessa expansão, o imperialismo incorporou ao seu controle o governo do maior país da Europa, a Ucrânia, que possui uma enorme fronteira com a Rússia. Para os russos da Ucrânia, o atraso dessa iniciativa de Moscou custou a vida de quase 15 mil pessoas.


A volta das grandes guerras simétricas

O início de tal guerra foi devido a, pelo menos, dois fatores: o fracasso dos instrumentos de “dissuasão econômica” por parte dos EUA e da UE (o que é outro sinal da decadência do poder do imperialismo, do ponto de vista econômico) e o surgimento de uma força militar capaz, ainda que indiretamente, de enfrentar todo o mundo Ocidental. Como nos relata o doutor e analista militar russo, Vasily Kashin, a soma das várias formações militares ucranianas chega a 700 mil pessoas, enquanto, segundo o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, estimou o agrupamento russo na Ucrânia em 167.000 pessoas.

O ocidente estar turbinando a Ucrânia e de fato tratando o país como se fosse membro efetivo da OTAN. O imperialismo ocidental recriou o nazismo, antes contra a URSS e agora contra a Rússia, em sua forma mercenária. O Pentágono patrocinou diretamente a guerra suja com 46 laboratórios de armas biológicas contra a Rússia. Além de recorrer a tudo isso, depois de oito anos de terrorismo de Estado contra as populações oprimidas das repúblicas populares de Donbass e nas cidades como Odessa, o aparato militar ucraniano reequipado pela OTAN vem se utilizando de ataques terroristas que ameaçam explodir a maior usina nuclear da Europa e que já vitimaram a filha de Dugin.

Apesar de tudo isso e da superioridade em quantidade de tropas da Ucrânia, a Rússia conquistou 25% do território da Ucrânia. A Ucrânia é o maior país da Europa, depois da Rússia. Possuía uma área total de 603 mil km quadrados. A região libertada pela Rússia do domínio ucronazi que dará lugar provavelmente a uma união de repúblicas populares, a um novo país terá uma área maior do que a Inglaterra, ou a Grécia ou a Bulgária. Sendo que a melhores terras agricultáveis da Europa estão na Ucrânia, sendo que, a região mais industrializada com importantes reservas de carvão e ferro da Ucrânia é o Leste ucraniano, o Donbass, sendo que, nesses seis meses, assim como de fato a parte oeste da Ucrania foi integrada a OTAN, o Donbass foi integrado a Federação Russa e estabeleceu relações comerciais com vários países do bloco eurásico.


Decadência imperialista e fortalecimento do bloco neomercantilista eurásico

Mas essa guerra de contenção por parte da Rússia só é também possível nesse momento graças ao declínio do imperialismo estadunidense e sua profunda crise política interna. Os EUA não conseguiram fazer na Síria o que fez na Líbia e Iraque, graças à intervenção anti-imperialista de uma coalizão de forças de países oprimidos como o Irã, através de sua guarda revolucionária e a guerrilha libanesa do Hezbollah apoiada por Teerã, a Rússia e a própria Síria. Depois de 20 anos de ocupação, os EUA tiveram que se retirar do Afeganistão derrotados social e politicamente. No que considera seu próprio pátio traseiro, a América Latina, Washington e a CIA perderam cinco eleições consecutivas.

Nos últimos dois anos, na Bolívia, Honduras, Chile, Peru e até na Colômbia, membro da OTAN e onde o Pentágono possui bases militares, os candidatos de Washington perderam para candidatos de esquerda sem que os EUA pudessem evitar tais resultados através de golpes como o lawfare que prendeu Lula, para que vencesse Bolsonaro, em 2018 e caçou a vitória de Evo Morales, em 2019. A propósito, as mais recentes tentativas de golpes de Estado através de manobras de guerra híbrida made in CIA, como esse mesmo da Bolívia, passaram a ter vida curta, ou foram celeremente abortados pela intervenção russa, como na Bielorrússia (2020) e no Cazaquistão (2022).

A Guerra na Ucrânia marca o retorno à era das “grandes” guerras que recorrem a todo o arsenal desenvolvido pelas principais potencias militares, e a volta da ameaça nuclear, como não ocorria desde a ascensão de Gorbachov ao Kremlin, enquanto a URSS era consumida no Afeganistão. A volta dessa modalidade de guerra é mais um sinal do fim da era de trinta anos da ordem mundial de domínio do imperialismo estadunidense após o fim da URSS. Depois de 1991 e até agora, os conflitos interestatais foram caracterizados por um acentuado desequilíbrio de poder, guerras tecnologicamente assimétricas realizadas por intervenções militares do imperialismo contra povos semicoloniais em extrema desvantagem militar no Iraque, Iugoslávia, Afeganistão, Iraque novamente, Haiti, Líbia...

O imperialismo, ou seja, a política expansionista do capital financeiro, está perdendo o controle do mercado mundial para o mercantilismo eurásico. As características principais do mercantilismo eram: acúmulo de metais preciosos, incentivo à manufatura, intervenção do Estado na economia, balança comercial favorável e protecionismo. Os tipos de mercantilismo são o comercial e o industrial. O novo mercantilismo se apropria da globalização para traficar commodities em toda a terra como nunca antes. As dependências internacionais se acentuaram muito nos últimos 40 anos. E quase nenhum povo pode prescindir hoje de trocas com a China, na exportação de insumos ou importação de manufaturados chineses, convertida em usina manufatureira mundial pela própria financeirização imperialista. Sem entender isso não é possível compreender a contradição de que há um Boicote ocidental das sanções ocidentais? (RCIT). Ao contrário do que pensa o Ocidente e seus porta vozes de direita e de esquerda, que pensavam que a superioridade militar russa seria compensada pelas sanções econômicas, a Rússia se revelou mais forte e a dialética da nova guerra fria estreitou os laços econômicos com a China e com todo o bloco eurásico. E além disso, grande parte do capital ocidental foi obrigado a sabotar a política de sanções. Desde abril,

“as exportações para a Rússia têm aumentado de forma constante. Em junho, o último mês para o qual temos dados abrangentes, o valor em dólares das exportações para a Rússia em toda a amostra ampla foi 47% maior do que o mínimo de abril, com a maior parte desse aumento atribuível à UE27, Suíça, Coréia, e Japão – todos os quais estão participando ostensivamente das sanções. Na semana passada, a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) revelou que o valor em dólares das exportações do país para a Rússia em julho havia subido 35% em relação a junho. Pela primeira vez desde o início da invasão, as exportações chinesas para a Rússia valeram mais do que a média mensal de setembro de 2021 a fevereiro de 2022. Os serviços alfandegários de Taiwan relatam que as exportações para a Rússia em julho foram 36% maiores do que em junho, enquanto os dados coreanos mostram que as exportações para a Rússia aumentaram 61%. Para os três países, o valor das exportações em julho foi cerca de 80% maior em julho do que a média de março-abril. A exceção até agora é a Turquia, onde as exportações em julho caíram ligeiramente em relação a junho, embora as exportações turcas para a Rússia permaneçam cerca de 40% acima da média pré-invasão.” (The Squeeze on Russia Is Loosening)

Tudo isso revela que o capitalismo mundial não apenas já não pode prescindir da China, como também não pode prescindir da Rússia. E de conjunto, não é possível bloquear o polo Rússia-China e seus aliados pelos recursos humanos e naturais que o bloco eurásico concentra, e isso explica o medo do efeito bumerangue que as sanções causaram nas economias ocidentais. A sabotagem das sanções está sendo realizada por aliados do imperialismo como o Japão e a Coreia do Sul, que são verdadeiras colônias militares dos EUA, por potências regionais que costumam fazer jogo duplo como a Índia, a Turquia, ou até a fiel Arábia Saudita.
 
Ao manter as sanções, ainda que parcialmente, o governo alemão vem revertendo para si seus efeitos com a maior inflação energética de todos os tempos, de 35% entre agosto de 2021 e agosto de 2022 (Inflação na Alemanha atinge máxima de quase 50 anos em agosto), obrigando os alemães a sofrerem penúrias econômicas só comparáveis ao pagamento das dívidas de guerra impostos pelo tratado de Versalhes. Ou seja, por sua vassalagem aos EUA, muito superior a da própria Merkel, o atual governo social democrata alemão impôs a população alemã uma humilhação só comparável com a que a vingança imperialista obrigou a Alemanha passar após a primeira guerra mundial. O imperialismo está exportando o pagamento imediato de sua decadência para seus aliados europeus. Boris Johnson previu a queda de Putin no dia 1o de março. Onde está Johnson hoje? Além desse primeiro ministro britânico, devido a sua posição diante da guerra caíram também Mario Draghi da Itália, Marija Golubeva, da Letônia e Kiril Petkov, da Bulgária.

A Rússia está gerando um superávit comercial de 1 bilhão de dólares por dia com a venda de petróleo e gás. Em 2022, até agora, a Rússia já obteve um superávit recorde, de quase 300 bilhões de dólares, mais do que o dobro em relação ao ano anterior a guerra. O mercado internacional de ações está convulsionado, se desvalorizando nervoso e os bitcoins despencaram. A despeito das sanções a Rússia estreitou seus laços comerciais com a China, Índia, África do Sul, Irã, Brasil, Arábia Saudita. A popularidade de Putin chegou a 83% maior do que a de qualquer um de seus adversários.

A segunda pergunta que os que acreditam que a Rússia é um país imperialista não conseguem responder é: sendo o bloco otanista e o bloco eurásico igualmente imperialistas, porque o bloco otanista (mais rico, são os membros do G-7, os sete países mais ricos do planeta), não consegue manter as sanções antiRússia e as sabota, em vez de ampliar as negociações entre si se são países economicamente poderosos para isso? Porque o Ocidente não tem autonomia para se saciar? Suspeito que as limitações do RCIT residem em alguns fatores: não compreendem qual o caráter do imperialismo hoje, não reconhecem a arbitragem global do trabalho e do capital da época da financeirização ocidental combinada a industrialização Oriental, nem sabem utilizar a lei do desenvolvimento desigual e combinado para fazer a análise concreta da situação concreta.

As consequências desses primeiros seis meses de guerra são:

1. A liberação dos povos russos em relação aos ucronazis da OTAN

2. A conquista pelo bloco eurásico de um território maior que o da Inglaterra para fora da área de controle da OTAN;

3. A dialética da guerra fria de coesionar mais ainda a frente única anti-imperialista em todos os terrenos;

4. As sanções russofobas fracassaram, em 2022 foi o rubro a moeda que mais se valorizou e um ano em que várias transações começaram a substituir o dólar. A inflação chegou a 15% na Rússia e começou a refluir enquanto nos EUA e UE disparou. A Alemanha que iria baratear seu fornecimento de energia com o gasoduto Nortstraram 2 está sendo vítima da maior inflação desde a década de 1920, a inflação energética apenas de julho a agosto chegou a 35% em relação ao mês de agosto de 2021.

5. Putin não caiu, ampliou como nunca sua popularidade e vários governantes que torciam por sua queda, como o da Inglaterra, Itália e Lituânia foram a baixo;

6. fora do teatro de operações europeu houve recuo da opressão imperialista sobre países como Irã e Venezuela;

7. Como o imperialismo em decadência não consegue controlar várias partes do mundo simultaneamente e está concentrado na disputa pela Europa, abandonou seu quintal latino-americano e seus candidatos preferenciais de direita perderam as eleições para governos de esquerda no Chile, Honduras, Peru, Colômbia e deve perder no Brasil.

8. A provocação de N. Pelosi em Taiwan acelerou o ritmo da reação chinesa de preparação para a terceira guerra, autonomia tecnológica na guerra dos semicondutores, redução de títulos do tesouro dos EUA em mãos chinesas. A China não é mais o maior detentor da dívida dos EUA depois que seu total cai abaixo de US $ 1 trilhão pela primeira vez em 12 anosO Japão passou a ser o maior possuidor dos titulos da dívida dos EUA, mesmo reduzindo seu estoque: "O Japão, que reduziu seu estoque de dívida dos EUA para US$ 1,212 trilhão em maio, de US$ 1,218 trilhão em abril, agora é o maior detentor no exterior."; aborto de projetos de construção de plantas industriais chinesas nos EUA.


A primavera das rebeliões contra a inflação

Durante a guerra atual nasceu outro conflito de proporções mundiais e proletárias, mais amplo e crescente, a primavera da população de várias nações da terra contra a inflação decorrente das sanções impostas a Rússia e seus aliados pelo imperialismo ocidental, o que de imediato, fez subir o preço do gás, petróleo e alimentos em todo o globo. 26 países têm pelo menos 50% de suas exportações de trigo provenientes da Ucrânia ou da Rússia. Mas, como demonstra o relatório recente de Michel Fakhiri apresentado a ONU (registrado por Bert Schouwenburg do Morning Star), a atual crise de escassez global de alimentos nasceu em 2015, sendo, portanto, anterior a guerra e a pandemia, é provocada pela acumulação e especulação financeira praticada pelo capital no ramo da alimentação, onde “os ganhos estavam na ordem de 1 bilhão de dólares a cada dois dias. Em 2021, a multinacional Carguill obteve quase 4 bilhões de dólares em lucro líquido, seu maior superavit em 156 anos de história.” (A ONU reconhece a profundidade da crise alimentar, e o capitalismo é o culpado). O atual ciclo extraordinário de acumulação de capitais se apoia em um também extraordinário crescimento da fome mundial.

Contra essa inflação, em várias partes do mundo protestos de massa sacodem regimes que transferiram para seus povos os custos inflacionários das sanções do imperialismo contra a Rússia. Alemanha, Bangladesh, França, Indonésia, Inglaterra, Itália, Moldávia, República Tcheca, Sérvia, em muitos países eclodem manifestações espontâneas contra a inflação e em muitos deles contra a OTAN.


A necessidade do partido mundial da revolução nesse momento

Precisamos construir um partido internacional de defesa dos povos oprimidos contra o imperialismo e de defesa do conjunto dos trabalhadores contra a crise inflacionária manipulada pelos capitalistas de todo o mundo.

Todas as principais guerras dos últimos dois séculos desataram ondas revolucionárias a partir da quebra do equilíbrio capitalista na relação entre os estados. A guerra franco prussiana provocou a Comuna de Paris; a primeira guerra mundial provocou a revolução bolchevique e criação da URSS; a segunda guerra mundial provocou a onda revolucionária que expropriou o capital em 1/3 do planeta.

Em 1945, se restaurou o equilíbrio capitalista apenas entre os estados imperialistas sob hegemonia estadunidense como uma necessidade de “cooperação antagônica” (para usar uma expressão de August Thalheimer) contra a URSS, os novos estados operários e o nacionalismo burguês de países semicoloniais. Em 1975, com a caída de Saigon e a retirada estadunidense do Vietnã, se encerra um ciclo de redução territorial do capitalismo, como testemunham as situações revolucionarias do Irã, Nicarágua, Burquina Faso, cujos processos revolucionários não deram origem a novos estados operários. Nos últimos 50 anos a financeirização imperialista reestabilizou o equilíbrio entre os estados sob a hegemonia dos EUA, que se reforçou após a queda da URSS em 1991.

Com a contrarrevolução social nos Estados operários entre 1989 e 1991 a tendência a redução territorial capitalista foi revertida, ficando os EUA como única potência global. A situação de equilíbrio imperialista-capitalista nunca foi tão forte como nesse período, sobretudo na década de 1990. Em 2008, com a crise econômica mundial, que teve como epicentro os EUA e depois a União Europeia, que entram em refluxo no mercado mundial, tem início uma nova fase de desequilíbrio imperialista, que a primeiro momento foi contido artificialmente por uma onda de golpes de estado promovida pela CIA. Esse desequilíbrio do sistema imperialista se combinou com a aparição de novas potencias econômicas e militares, de tipo neomercantilistas, constituídos a partir da herança dos estados operários mais extensos e povoados do passado. É nessa fase que se processa a atual guerra na Ucrânia e se abre a perspectiva de uma terceira guerra mundial.

Os revolucionários devem preparar-se para a tendência de uma nova guerra que de fato já começou tomando partido pelas nações oprimidas e atacadas pelo imperialismo e pela defesa incondicional dos Estados operários ainda existentes como Cuba e Coreia do Norte, o que se que traduz politicamente nesse momento em apoiar a guerra defensiva da Rússia no Leste Europeu e rechaçar as provocações imperialista contra a China. Por isso, não somos pacifistas diante dos blocos beligerantes.

É possível que a situação atual evolua, amadureça para a terceira guerra mundial nos tempos correntes, cronológicos, ou nos tempos históricos a médio prazo.

Como demostrou a provocação de Nancy Pelosi contra China, as contradições internas do imperialismo estadunidense, ameaçado por uma guerra civil, podem acelerar os tempos cronológicos da tendência histórica a terceira guerra mundial.

Todavia, não somos impressionistas como os posadistas que caíram em uma visão imediatista da guerra, que renunciaram a construção do internacionalismo proletário em favor do nacionalismo burguês e do stalinismo, sabemos que só uma irrupção revolucionaria do proletariado pode evitar uma nova guerra mundial. Todavia, se essa guerra não for evitada, devemos estar preparados para aproveitar a quebra do equilíbrio capitalista (Leon Trotsky) interestados para avançarmos além do bloco capitalista neomercantilista que hoje é impulsionado a criação de uma frente única anti-imperialista de estados burgueses oprimidos e estados operários. Consideramos que o proletariado mundial e os povos oprimidos de todo mundo devem aproveitar as fissuras Inter burguesas para impor seu próprio programa para mudar a realidade.

Se conseguirmos compreender melhor essa realidade, estabelecer as tarefas necessárias diante das exigências da luta de classes contra a OTAN, e pelo fim da OTAN, e contra a inflação, contra o imperialismo e contra o capitalismo poderemos superar o atual estágio de um embrião de “sociedade internacional de propaganda” (Leon Trotsky) em fase de reagrupamento e estabelecimento de um programa para construirmos o partido mundial da revolução socialista que o atual estágio da luta de classes exige.

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