Balanço da participação do Comitê de Ligação na III Conferência Nacional dos Comitês de Lutas
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Intervenção no plenário geral de Péricles, da Liga Socialista e professor, por Minas Gerais |
Nos dias 10 e 11 de junho, cerca de 500 pessoas participaram da III Conferência Nacional dos Comitês de Lutas organizada pelo PCO. A atividade foi realizada em São Paulo, na Quadra do Sindicato dos Bancários que já abrigou tantas plenárias, assembleias, congressos e conferencias da classe trabalhadora.
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Intervenção na reunião setorial de negros de Levi, operário da construção civil, pelo Espírito Santo |
O número de participantes militantes e lutadores sociais foi menor que na I e II Conferência. Uma das causas disso foi o boicote político tácito do PT à atividade. Se a I Conferência foi realizada em pleno processo eleitoral contra a eleição de Bolsonaro e de luta pela libertação de Lula, contando inclusive com a presença da presidente nacional do PT, Gleise Hoffman, e a II, durante o governo Bolsonaro, nessa III Conferência, durante o governo da frente ampla e do PT, já não interessava mais tanto ao partido governante animar Comitês de Luta como antes. Os membros do partido esperados e anunciados não foram, como a própria Hoffman, o deputado estadual petista Eduardo Suplicy e dirigentes da CUT. Outras figuras de destaque do movimento, também anunciadas, como Maria Lucia Fattorelli, dirigente da associação Auditoria Cidadã da Dívida não compareceu.
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Intervenção no plenário geral do camarada Luciano, servidor público federal no Ceará |
O Comitê de Ligação é composto pela Liga Comunista, Liga Socialista e Liga Marxista. Camaradas do CL estiveram uma participação unificada na III Conferência Nacional de Luta, reunindo trabalhadores dos correios, professores, operários da construção civil, servidores públicos federais, aposentados e militantes do movimento popular, lideranças comunitárias. O Comitê de Ligação conseguiu reunir uma bancada formada por delegações distintas cidades e de vários estados, como MG, SP, ES e CE (os camaradas da Liga Marxista, de Pernambuco, não puderam participar dessa Conferência).
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Banca da LC na Conferência, na foto, os camaradas Hugo, Levi e German (TMB-Argentina) |
Com intervenções firmes, nossos camaradas apresentaram a linha política desenvolvida nos últimos seis meses no Comitê de Ligação. Defendemos o mandato popular dado a Lula contra a extrema direita (bolsonarismo e cia) e a direita (imperialismo, Centrão, oligarquias, latifúndio), mas com independência política de classe e com duras críticas às políticas antipopulares do governo de frente ampla.
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Como nossos militantes observaram em suas falas para a plenária geral, a política do PT repete os mesmos erros que favoreceram ao golpe de 2016 contra o governo do PT e não se espelha em experiências como a da Venezuela, que vem sofrido investidas do imperialismo e da direita, bloqueios econômicos, invasões externas, tentativas de golpes parlamentares, militares, lawfares, desde 2.000 e tem sobrevivido a todos esses ataques, desarmando os golpistas e armando a população.
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A continuidade da política econômica golpista e neoliberal pelo governo da frente ampla, a continuidade da desmobilização dos trabalhadores, da CUT nos atos de primeiro de maio, desmoraliza a base social de Lula e fragiliza o governo Lula frente as manobras golpistas da direita e do imperialismo.
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Imagem de parte da delegação presente na Conferência |
Foram as intervenções da delegação do Comitê de Ligação no debate sobre o "Plano de Ação: propostas organizativas para os Comitês de Luta" que incluíram no documento final da III Conferência questões fundamentais da luta de classes e de crítica ao governo da frente ampla, a saber:
1. A defesa
da REVOGAÇÃO das reformas trabalhista, previdenciária, do novo ensino médio, do
arcabouço fiscal. Reestatização da Eletrobrás e de todas as demais empresas
nacionais estratégicas privatizadas desde os governos neoliberais da década de
1990, passando pelos governos do PT (CSN, USIMINAS, VALE, BR Distribuidora,
campos do Pré-sal, etc.);
2. NENHUMA
ANISTIA contra os golpistas e fascistas que tomaram o poder entre 2016 a 2023,
que fossem expropriados, tivessem seus direitos políticos cassados e fossem
criminalizados e presos pelo que fizeram contra a classe trabalhadora;
3. Também foram os delegados do Comitê de Ligação que reivindicaram incluir a defesa de países oprimidos como a PALESTINA, A SÍRIA, A CHINA E A CORÉIA DO NORTE (o documento original já mencionava Cuba, Irã, Venezuela e Rússia), ameaçados ou atacados nesse instante pelo imperialismo e seus agentes, como é o caso da Palestina e da Síria.
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Uma plenária do CL na Conferência |
A certeza é a justeza de nossa política ficou confirmada pela concordância na plenária e nos trabalhos de grupos. Não tivemos um só argumento contrário às nossas intervenções.
Agora, voltamos às nossas cidades com a tarefa de levar o
debate político para nossas bases e organizações sindicais e populares.
Documento do Comitê de Ligação distribuído na III Conferência:
Camaradas da III Conferência Nacional dos Comitês de Lutas,
A eleição de Lula foi uma grande vitória da classe trabalhadora sobre o fascista Bolsonaro, apesar da ampla aliança construída por Lula e seu partido. Apesar de termos derrotado Bolsonaro nas eleições, o fascismo continua vivo no país a espera da frustração das expectativas do povo com Lula. Através do Centrão, do BC, do judiciário e da mídia corporativa o golpismo burguês e o imperialismo seguem à espreita, fortalecendo-se com a política neoliberal, de ajuste econômico, arrocho salarial e de conciliação do governo.
Nós, organizados em um Comitê de Ligação para construir um novo partido comunista e revolucionário no país, alertamos para a necessidade de mobilização da classe trabalhadora para combater a direita e a extrema-direita que se juntam a todo momento para chantagear e para derrotar o governo.
Somente a mobilização da classe trabalhadora pode garantir o mandato de Lula. Essa mobilização deve partir principalmente da CUT e do PT, que são ferramentas de luta construídas pela classe trabalhadora para enfrentar o capital.
Precisamos colocar as reivindicações imediatas na ordem do dia. Somente com uma pauta definida e que atenda as necessidades dos trabalhadores conseguiremos uma grande mobilização para defender o governo e ao mesmo tempo cobrar dele políticas que nos contemple.
Temos que debater e colocar em pauta a revogação das reformas da previdência e trabalhista; a reestatização da Eletrobras e da Petrobras; o fim das privatizações inclusive de portos e aeroportos; e um salário mínimo que dê dignidade ao trabalhador. Só assim, conseguiremos uma ampla mobilização da classe trabalhadora que garantirá o sucesso do governo Lula como um governo de esquerda.
Finalmente, gostaríamos de abrir uma discussão sobre a guerra na Ucrânia. Os países que sofrem bloqueio e sanções do imperialismo, como Cuba, Venezuela, Irã, China e Rússia são nossos aliados nessa luta.
A Rússia vem sendo ameaçada desde os acordos de Minsk, que nunca foram respeitados pelo imperialismo estadunidense e europeu. O imperialismo vem cercando a Rússia através dos países vizinhos com o claro objetivo de isolá-la, impedindo assim seu crescimento. Por isso, o ataque da Rússia à Ucrânia é na verdade uma atitude defensiva no sentido de tentar impedir que esse isolamento seja concluído. Por isso, o Comitê de Ligação apóiam a Rússia nessa guerra contra a OTAN.
Com Lula, contra o fascismo e o golpismo!
Com a Rússia, contra o imperialismo!
Construir o partido revolucionário para derrotar o capital e construir o governo dos trabalhadores e o socialismo
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